Time to continue the trip down memory lane.
Da última vez, terminamos no fim do Brasileiro de 2010. O Corinthians havia terminado aquela temporada em terceiro, o que naquela época, dava vaga na Pré-Libertadores.
Tudo que nós precisavamos, era ganhar do Deportes Tolima, vice-colocado do Colombiano, para chegar na fase de grupos. Simples, certo?
é.
Eu não sei nem o que comentar daquela partida. Ronaldo, que tinha contrato até o fim de 2011, antecipou a aposentadoria devido a aquilo. Roberto Carlos, que salvo uns gols de falta, teve uma passagem até que apagada, saiu pro futebol russo. De alguma forma, ainda conseguimos chegar na final do Paulista de 2011 após uma disputa de pênaltis no dérbi, mas a final contra o Santos não foi como gostaríamos.
Santos, aquela época, era comandado no ataque por um certo Neymar Jr.
Guardem esse nome que ele vai ser relevante mais pra frente, como talvez vocês possam imaginar.
Durante o Paulista, teve uma partida que eu gostaria de ressaltar. Uma vitória contra o Palmeiras, no Pacaembu.
Isso foi logo depois do jogo de volta do Tolima. Se perdessemos isso, o Tite provavelmente seria demitido, e sem o Tite... não sobraria muita coisa.
Talvez esse tenha sido o jogo mais importante da década passada, pra gente. Tudo podia ter acabado antes mesmo de começar.
Enfim, Brasileirão. Impressionantemente, o Corinthians simplesmente passou o carro em TODO MUNDO naquele campeonato. Liderado por Liedson, autor de um hat-trick numa goleada de 5x0 sobre o São Paulo, o Corinthians foi pentacampeão brasileiro em 2011.
Vale lembrar também daquele gol da virada contra o Atlético Mineiro, marcado pelo Adriano Imperador que fez ele ser brevemente adorado pela torcida.
Eu gosto do Adriano. Fico feliz que ele teve seus cinco minutos de ídolo aqui.
Enfim, terminamos 2011 em alta.
Teve Copa América aquele ano também mas vamos ser honestos: quantos de vocês sequer se lembram daquele torneio?
O primeiro de Neymar pela seleção, Brasil comandado por Mano Menezes, eliminado pelo Paraguai depois de não converter NENHUM pênalti na disputa. Puta que pariu.
Enfim, Uruguai foi campeão, e o artilheiro? Um certo Paolo Guerrero. Lembrem desse nome.
2012 chegou, o ano do fim do mundo aparentemente. Corinthians foi eliminado com falhas de Júlio César no Paulistão, o que levou Tite a fazer uma decisão ousada, colocando Cássio como titular no mata-mata da Libertadores, contra o Emelec, do Equador. Na fase de grupos, o Corinthians teve a segunda melhor campanha, porém, a única invicta.
Após uma vitória no Pacaembu por 3x0, o próximo adversário era o Vasco.
0x0 no São Januário queria dizer que a volta em São Paulo seria decisiva, e que qualquer empate com gols, mandaria o Vasco pras semifinais. Era o duelo de campeão e vice do último Brasileirão.
62 Minutos de Jogo. Alex bate falta perto da área do Vasco. Fernando Prass manda a bola pro meio de campo. Alessandro tenta chutar a bola de volta pro ataque, mas ela bate na perna de Diego Souza, no meio campo, com absolutamente ninguém a sua frente
Exceto uma pessoa.
Cássio.
O cara que foi contratado no início do ano pra ser terceiro goleiro, e após uma sequência de eventos específicos, se tornou titular.
E era só dele que o Corinthians precisava.
Milagrosamente, Cássio salvou o Corinthians.
Na sequência desse lance, um escanteio do Vasco resultou em cabeçada no travessão.
E assim foi, 0x0 no placar, até os 87 minutos do segundo tempo.
Quando Paulinho foi herói.
O Corinthians estava de volta as semifinais da Libertadores, pela primeira vez em doze anos. Os adversários? Santos. O mesmo do Paulista do ano anterior. Ainda com Neymar, a grande promessa do futuro da seleção brasileira. Não vou negar, detestava ele na época de Santos, e naquela época, ambos os lados tiveram sucesso em clássicos um contra o outro.
Até aquele ponto, tivemos a final do Paulista de 2009, já comentada, em que Neymar tinha apenas 17 anos, e viu seu time sucumbir após dois gols de Ronaldo e uma bela falta de Chicão. Tivemos a goleada de 4x2 pelo Brasileiro de 2010, o chapéu de Neymar em Chicão com bola parada pelo Paulista de 2010, a vingança de dito chapéu no Paulista de 2011, cortesia do volante Ralf, a já comentada final do Paulista de 2011, e agora, essa semifinal. Não seria o último capítulo, como sabemos (após esse jogo, também haveria o famoso "Triplo impedimento carpado" e uma outra final de Paulistão), mas, com certeza, seria o mais importante.
O Santos era considerado um dos melhores times do continente aquela época, e o atual campeão da Libertadores. A bola rolou na Vila Belmiro, e com 28 minutos de jogo, Emerson Sheik chuta de fora da área e acerta o ângulo. O Corinthians leva um 1x0 na bagagem pra volta na capital, no Pacaembu.
Aos 39 porém, Neymar abre o placar e empata o placar agregado. O Corinthians vai para o vestiário em desvantagem, e os flashbacks ruins vieram.
Mas aos 47, "Zidanilo" tratou de por um fim nisso.
O time havia empatado o confronto, e após longos minutos aguardando, o momento chegou.
O Corinthians chegava a decisão da Libertadores pela primeira vez em sua história.
Eu vi esse momento ao vivo com meu pai, e foi um dos melhores momentos da minha vida, acho que até hoje. Uma alegria imensurável, eu tinha 11 anos naquela época.
Essa cena tá marcada no meu cérebro, inclusive:
A final? Boca Juniors. Gigantes argentinos, em busca de sua sétima Libertadores.
Primeiro jogo na Bombonera, um templo do futebol argentino. O Boca abre o placar com Roncaglia aos 72 minutos.
Chega a dar medo, mas aí entra em cena o herói improvável.
Romarinho já era conhecido da torcida a aquele ponto. Vindo do Bragantino, comandou o time B do Corinthians a uma vitória num dérbi pelo Paulista, de virada.
Mas isso? Isso foi outra coisa.
Um gol na Bombonera. Pela final da Libertadores. Por um time que jamais havia ganho aquela competição. A primeira partida de competição continental da vida dele.
E o cara comemorou como se fosse um jogo do Paulista contra o São Bernardo.
Mas isso não importava. Romarinho havia cimentado seu lugar como Ídolo.
Uma semana depois, São Paulo, Pacaembu.
O estádio que era considerado a casa do Corinthians.
O primeiro tempo se foi com 0x0 no placar, mas aos 53 minutos, Emerson Sheik marca e manda todo aquele estádio a um frenesi.
E aos 72, o momento chegou.
Alegria. Euforia. Loucura. Vitória.
Finalmente, a maldição havia acabado.
O Corinthians era campeão da Libertadores.
Até hoje, esse é o título que eu mais gostei de comemorar. Eu queria muito poder experienciar isso de novo.
Eu assisti praticamente todo programa de esporte durante uma semana, eu acho. Fora o AnimaTunes também, lembra? Aquelas animações em flash que passavam no Jogo Aberto da Band? Pois é. Eu assistia aquilo.
O Corinthians focou muito na Libertadores aquele ano. Teve partida que nem o Tite ia, o Carille mesmo treinava e foda-se. Ainda bem que ganhou, senão nem sei o que poderia acontecer.
Antes de irmos pro climax desse ano, tivemos a primeira Olimpíada que eu acompanhei: Londres 2012.
Não vou negar, não acompanhei muito essa Olimpíada, mas lembro de ver alguns eventos. Na época, quando eu comecei a querer ver mais de perto, já estava acabando. As Olimpíadas passavam na Record na época, então, dá realmente pra me culpar aqui?
Lembro de ver só dois jogos do Brasil naquela competição, o primeiro sendo a estreia contra o Egito. Vitória por 3x2, gols de Rafael, Damião e Neymar, e Aboutrika e ninguém mais do que um jovem Mohamed Salah descontaram para o Egito.
Lembrem desse cara. Ele vai ser importante depois.
A final contra o México foi triste, tomando gol logo no começo e ficando com a prata pela milésima vez. Ficou pro Rio.
Não tenho muitas memórias da Euro de 2012, mas são mais do que da Euro de 2008. Lembro de ver dois torcedores da Itália vestidos de Mario e Luigi na semifinal contra a Alemanha.
Eu lembro que isso me marcou bastante só por ser engraçado. A final que terminou com a Espanha campeã eu infelizmente não vi.
Enfim, Dezembro.
Após um jogo até que difícil, vencido por 1x0 contra o Al Ahly do mesmo Aboutrika que jogou contra o Brasil nas Olimpíadas, o Corinthians enfrentava na final do Mundial de Clubes, o atual campeão europeu, o Chelsea de Rafa Benitez.
Jogo truncado, e sem muitas chances, exceto por algumas defesas milagrosas de Cássio.
Isso até aos 69 minutos do segundo tempo, quando isso aconteceu.
Paolo Guerrero virou referência do ataque Corinthiano, além de ídolo da torcida.
Tudo que foi aquele segundo gol do Sheik naquele 4 de Julho, multiplicado por 100.
Simplesmente o único time não-europeu nos últimos 15 anos a ganhar o Mundial. 2012 foi simplesmente meu melhor ano futebolístico até hoje, e dificilmente será superado.
Mas na real isso dá um pouco de medo, porque se o que aconteceu dez anos atrás foi o ápice... complicado.
Mas enfim, foi um momento glorioso, e o meu melhor até aqui. Provavelmente, o melhor até hoje.
Pensa que além de a gente estar no topo do mundo, o Palmeiras ainda por cima foi REBAIXADO. Simplesmente o ano perfeito.
E 2013 começou prometendo, o Corinthians derrotou o Santos de Neymar de novo pra ser campeão paulista e depois foi campeão de Recopa contra o São Paulo. Tudo parecia bem. Pô, até o chinês que a gente contratou sei lá por que tava dando assistência nível Messi:
Zizao, você é foda. Eu gosto de ti.
(a escalação desse dia foi algo maluco também, Edenílson, Willian Arão, Felipe que hoje joga no Atlético de Madrid, Júlio César, Romarinho, sem contar o próprio Zizao)
Tudo parecia bem, mas é aqui onde o declínio começa.
Sabe quando a franquia Crash começou com uma trilogia foda e um jogo de kart incrível no PS1? Então, 2013 foi nosso Crash Bash. Até que mais ou menos bom, mas foi ali que tudo começou a dar errado.
te vejo na parte 3
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