A vida é uma eterna manutenção técnica da Globo e eu sou a Sessão de Gala.
1985-86
Agora sim, chegou a hora dele. 1985-86 foi a segunda temporada de Maradona pelo Napoli, onde o craque ajudou a equipe italiana a subir de oitavo na tabela em 1984-85 pra uma muito mais respeitável terceira colocação. Além disso, foi a temporada em que Maradona levou a Copa do Mundo, com 5 gols e 5 assistências, sendo decisivo para a Argentina. Maradona nunca foi um cara de números extraterrestres como Messi, Cristiano Ronaldo ou Pelé, mas tem sim muito talento e creio ser quem mais merece o pinguim de ouro nessa temporada.
e também o campeão da Champions em 85-86 foi o Steaua Bucareste então né
1986-87
Dessa vez, Maradona teve os títulos pelo Napoli para justificar o prêmio. Campeão da Serie A e da Coppa Italia sendo artilheiro do clube italiano, o craque argentino teve outra temporada magnífica. Cheguei a considerar Gullit pelo título holandês do PSV e Van Basten pelos números astronômicos e o título da Recopa Europeia, mas vendo pela campanha do Ajax esse título não me parece muito pra justificar o prêmio (Bursaspor, Olympiacos, Malmo, Zaragoza e Lokomotiv Leipzig). Considerei que Maradona jogou numa liga "mais difícil".
1987-88
Aqui é um dos casos onde podemos ver a diferença que faz entregar o prêmio de melhor do mundo por temporada ou por ano. Em 1987-88, Van Basten passou boa parte da temporada lesionado, voltando apenas poucos meses antes da Euro, onde seria campeão com a Holanda. Porém, como na época a bola de ouro analisava o ano do atleta e não a temporada, foi salvo pela sua segunda metade de 1988. Aqui, como é por temporada, considero que Gullit salvou a temporada do Milan na falta de Van Basten, sendo vice artilheiro do time na temporada e fazendo 10 assistências, na campanha do título rossonero. Ainda por cima, deu duas assistências e abriu o placar na final da Euro de 88, no único título grande da Holanda.
1988-89
Agora sim, Marco Van Basten. O atacante holandês foi o artilheiro da Champions League naquela temporada, fazendo 10 gols, sendo dois deles na final, no título do Milan. 33 gols e 13 assistências, 46 contribuições pra gol em 48 jogos, quase um por jogo. Simplesmente sensacional. 88-89 foi também a temporada do título da Copa da UEFA do Napoli de Maradona, mas como o Milan levou a Champions, acho Van Basten mais merecedor. Nenhum dos dois levou a Serie A, que ficou com a Inter.
1989-90
Calma. Deixa que eu explico.
Eu mudei de opinião muito sobre quem devia ficar com quais prêmios em quais anos nos primeiros cinco dessa parte, e muito disso se deve a quatro jogadores que fizeram temporadas extraordinárias nesse período, que foram os quatro vencedores até aqui: Diego Maradona, Ruud Gullit, Marco Van Basten, e Hugo Sanchez.
Hugo Sanchez é sinceramente talvez o jogador mais subestimado que eu já vi. Eu não vejo muita gente falar dele, mas o cara é simplesmente um dos maiores atacantes da história do Real Madrid. De 85-86 até 89-90, o Real Madrid foi pentacampeão consecutivo da La Liga, e Hugo foi o artilheiro em 4 desses títulos. Quando não foi, foi o vice artilheiro.
89-90 foi sua melhor temporada, com absurdos 38 gols em 35 jogos na La Liga. E como se não fosse o bastante, ainda deu 10 assistências. Em todas as competições, fez 42 gols e 12 assistências em 44 jogos. 54 contribuições pra gol, além de, obviamente, o título da La Liga.
Me perdoe quem achar que Maradona (campeão da Serie A e vice da Copa do Mundo), Matthäus (capitão da Alemanha campeã do mundo) ou Van Basten (campeão da Champions) podem ter sido injustiçados, mas eu não consegui ver os números que Sanchez consistentemente colocava na mesa e simplesmente ignorar. Não. Um tinha que ir pra ele, e nada mais justo do que em sua melhor temporada.
1990-91
̶A̶c̶h̶o̶ ̶q̶u̶e̶ ̶c̶o̶n̶c̶o̶r̶d̶o̶ ̶c̶o̶m̶ ̶a̶ ̶F̶r̶a̶n̶c̶e̶ ̶F̶o̶o̶t̶b̶a̶l̶l̶ ̶n̶e̶s̶s̶a̶ ̶a̶q̶u̶i̶.̶ ̶N̶e̶n̶h̶u̶m̶ ̶d̶o̶s̶ ̶g̶r̶a̶n̶d̶e̶s̶ ̶c̶r̶a̶q̶u̶e̶s̶ ̶f̶e̶z̶ ̶u̶m̶a̶ ̶t̶e̶m̶p̶o̶r̶a̶d̶a̶ ̶i̶n̶c̶r̶í̶v̶e̶l̶ ̶e̶m̶ ̶1̶9̶9̶0̶-̶9̶1̶,̶ ̶e̶n̶t̶ã̶o̶ ̶J̶e̶a̶n̶-̶P̶i̶e̶r̶r̶e̶ ̶P̶a̶p̶i̶n̶,̶ ̶a̶r̶t̶i̶l̶h̶e̶i̶r̶o̶ ̶d̶a̶ ̶C̶h̶a̶m̶p̶i̶o̶n̶s̶ ̶L̶e̶a̶g̶u̶e̶ ̶n̶o̶ ̶v̶i̶c̶e̶ ̶c̶a̶m̶p̶e̶o̶n̶a̶t̶o̶ ̶d̶o̶ ̶M̶a̶r̶s̶e̶i̶l̶l̶e̶,̶ ̶p̶a̶r̶e̶c̶e̶ ̶u̶m̶a̶ ̶e̶s̶c̶o̶l̶h̶a̶ ̶j̶u̶s̶t̶a̶.̶ ̶P̶a̶p̶i̶n̶ ̶f̶e̶z̶ ̶2̶3̶ ̶g̶o̶l̶s̶ ̶e̶m̶ ̶3̶6̶ ̶j̶o̶g̶o̶s̶ ̶n̶a̶ ̶L̶i̶g̶u̶e̶ ̶1̶ ̶n̶a̶q̶u̶e̶l̶a̶ ̶t̶e̶m̶p̶o̶r̶a̶d̶a̶ ̶e̶ ̶f̶o̶i̶ ̶a̶r̶t̶i̶l̶h̶e̶i̶r̶o̶ ̶e̶ ̶c̶a̶m̶p̶e̶ã̶o̶ ̶f̶r̶a̶n̶c̶ê̶s̶ ̶c̶o̶m̶ ̶o̶ ̶M̶a̶r̶s̶e̶i̶l̶l̶e̶.̶
UPDATE: Mentira, teve um que fez sim. Eu simplesmente NÃO VI que o Matthäus fez uma puta de uma temporada em 90-91, sendo o artilheiro da Inter de Milão sendo MEIA, levando o prêmio de melhor jogador da FIFA em 1991, na campanha que acabou no título da Copa da UEFA (onde Matthäus fez gol na final) e uma terceira colocação na Serie A (onde Matthäus foi vice-artilheiro). Papin era craque, mas por favor, eu não vou dar o pinguim dourado pra um jogador da Ligue 1 que conseguiu perder um título europeu pro ESTRELA VERMELHA quando o cara tem um concorrente desse nível.
O alemão jogava em uma liga mais forte e leva o primeiro (espero que o único) Penta d'Or revisado.
1991-92
Em 1991-92, Van Basten foi artilheiro da Serie A e do Milan numa temporada de um título INVICTO dos rossoneri. Acho que não é preciso explicar muito, né? O único que chega a desafiar o holandês aqui é o búlgaro Hristo Stoichkov do Barcelona, que foi campeão da La Liga e da Champions, mas não tem como ignorar um título invicto. Fora que os números de Van Basten são superiores.
1992-93
92-93 foi a primeira temporada de Papin no Milan, e tanto ele quanto Van Basten fizeram boas temporadas na campanha do título do Milan na Serie A e no vice da Champions. Ainda assim, minha escolha é a mesma da France Football na vida real: Roberto Baggio.
Baggio fez 30 gols e 11 assistências na temporada, que apesar do quarto lugar na Serie A, acabou com o título da Copa da UEFA, onde a Juve eliminou times grandes como Borussia Dortmund, PSG e Benfica, e Baggio foi essencial, marcando na semifinal e na final. Usar a Copa da UEFA (atual Europa League) como argumento parece estranho, mas na época, só os campeões de cada liga jogavam a Champions, então a Copa da UEFA tinha um valor maior do que tem hoje.
1993-94
Aqui simplesmente não tinha como ser outro. Romário foi o cara da campanha do Barcelona que acabou no título da La Liga e no vice da Champions, além de ter sido o protagonista do tetra brasileiro na Copa do Mundo. 32 gols e 14 assistências em 47 jogos. Quase uma contribuição pra gol por jogo. Na verdade, se colocar na conta os jogos pela seleção, acho que dá mais de uma contribuição por jogo. Stoichkov nem chega perto e foi beneficiado pela proibição aos jogadores de fora da europa. Na verdade, creio que foi justamente essa magnífica temporada do Baixinho que fez a France Football dar o braço a torcer, tanto que a proibição foi embora justamente em 95, e Romário levou a de 94 na revisão de 2016.
1994-95
Eu vou ser sincero, essa foi uma das mais difíceis de decidir. Litmanen e Kluivert foram os maiores protagonistas da campanha dos títulos da Eredivisie e da Champions League do Ajax em 1994-95. Weah sinceramente não me convenceu, acho que foi beneficiado pelo começo bom com o Milan em 95, mas como aqui é por temporada, rodou. Seu 94-95 não foi lá aquelas coisas, bom, fez uma baita Champions, mas nem tanto.
Kluivert e Litmanen porém, tem números bem parecidos. Só na liga, 18 gols e duas assistências para o holandês e 17 gols e 3 assistências para o finlandês. Litmanen fez mais gols na Champions, mas o único gol na final foi justamente de Kluivert. Dava pra escolher essa daqui no uni-duni-tê. Lembra bastante a desse ano, com Bellingham e Vini tendo números parecidos pelo Real. Só faltava eu entregar essa pra um terceiro, tipo, sei lá, Del Piero ou Jurgen Klinsmann. Mas não, eu não sou maluco.
Foi difícil, mas acabei ficando com Jari Litmanen, que na época, ficou a frente de Kluivert na votação da bola de ouro, e era tido como melhor jogador na época pela mídia e torcida.
E pronto. Eu estarei longe do meu computador nesse fim de semana, então acho que a próxima parte sai só segunda-feira. Vou ver o que eu posso fazer, mas não tenho certeza se posso escrever antes disso.
Até lá.
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