Fernando Alonso é uma lenda da Fórmula 1. 2 títulos mundiais, 32 vitórias, 22 poles e 106 pódios não me deixam mentir. O atual piloto da Aston Martin, porém, não é um cara de sorte. Além de viver um jejum de vitórias desde 2013, Alonso já teve 3 vice-campeonatos na categoria: em 2007, por apenas um ponto, contra Kimi Raikkonen e seu companheiro Lewis Hamilton, que estava em sua primeira temporada, em 2010, onde um erro de estratégia da Ferrari o tirou da briga pela vitória, deixando-o preso atrás de Vitaly Petrov enquanto Sebastian Vettel se tornou o campeão mais jovem da categoria, e em 2012, onde teve uma das melhores batalhas pelo título da história da F1, perdendo para o já mencionado Sebastian Vettel mesmo tendo aquela que alguns consideram sua melhor temporada da carreira. Em 2015, Alonso deixou a Ferrari para correr pela McLaren, que prometia, se juntando a Honda, no retorno da fabricante japonesa a categoria, voltar a batalhar por títulos. Porém, foi um desastre de início. O motor constantemente falhava, e os rádios de Alonso reclamando do motor de seu carro já viralizaram na internet há anos. Em 2017, a McLaren, a pedido de Alonso, desistiu do motor da Honda, e usou os motores da Renault em 2018, os mesmos que estavam nos carros em que o espanhol foi campeão mundial em 2005 e 2006.
Porém, não adiantou muito. O carro continuou mediano, e Alonso decidiu encerrar a carreira ali... mas acabou voltando. Em 2021, pilotou o carro da Alpine, onde conseguiu seu primeiro pódio desde 2014, continuou na equipe francesa no ano seguinte, e depois partiu para a Aston Martin, onde fez vários pódios em 2023 em sua melhor temporada desde que deixou a Ferrari, e onde está até hoje. Enquanto isso, sua antiga equipe atualmente lidera o campeonato dos construtores, e isso é algo que sempre esteve na minha cabeça. Se Alonso ainda estivesse na McLaren, será que a equipe teria se desenvolvido assim, desse mesmo jeito? Será que ele já teria sua tão sonhada vitória número 33? Será que ele poderia ter disputado o título deste ano?
Tentarei dar uma resposta a essa pergunta nesse texto.
A primeira pergunta a se fazer é: quem seria o companheiro de Alonso na McLaren em 2019? Se fomos julgar pelas datas de anúncio, seria Carlos Sainz, anunciado pouco depois do anúncio da aposentadoria do bicampeão. Porém, a McLaren sabia do interesse da Red Bull em Lando Norris, portanto, eu acho que se Alonso decidisse ficar, a McLaren não deixaria Lando ir. Então, nesse texto, pelo menos, considero a dupla da McLaren sendo Fernando Alonso e Lando Norris. Também porque me pareceu o cenário mais interessante de se explorar.
Em 2019, teríamos algumas mudanças no grid. Como Sainz não sairia da Renault, Ricciardo decidiria ficar na Red Bull por mais dois anos. A dupla da Toro Rosso seria Gasly e Albon, e nenhum dos dois estrearia pela equipe principal naquele ano.
No campeonato em si, nenhuma grande mudança. Mercedes e Hamilton ainda seriam campeões, a Red Bull mesmo com Ricciardo não passaria a Ferrari pela P2, apesar da disputa ser mais próxima. Alonso finalmente retornaria ao pódio no GP do Brasil daquele ano, tal como Carlos Sainz fez na vida real.
Em 2020, Ricciardo venceria pela primeira vez desde 2018 logo no GP da Áustria, abertura da temporada, e lideraria o campeonato pela primeira e única vez na carreira. Seria sua única vitória no ano, conseguindo apenas mais dois pódios, os mesmos que Albon fez na vida real. Sainz também faria seus primeiros pódios na carreira, os mesmos que Ricciardo fez na vida real. Alonso não apenas faria um pódio: venceria aquela corrida em Monza, faturando sua primeira vitória desde o GP da Espanha de 2013. No final das contas, nenhuma grande mudança. Mercedes e Hamilton campeões novamente, e eu acho que Sergio Perez cairia para P6 no campeonato, atrás de Ricciardo em quarto e Alonso em quinto.
Para 2021, teríamos uma mudança notável: com a saída de Vettel da Ferrari, creio que a equipe italiana contrataria Ricciardo, implorando para sair da Red Bull, ao invés de Sainz. Já havia muita especulação sobre uma ida do australiano pra Ferrari na época. Com isso, a Red Bull promoveria Albon (creio que teria vencido o duelo interno na equipe B) e Sainz ficaria na Alpine. Perez tiraria um ano sabático após sua saída da Racing Point, e jamais pilotaria pela Red Bull (aleluia!).
O ponto alto da temporada de Alonso seria o GP da Itália, onde mesmo com grande pressão da Ferrari de Ricciardo atrás, venceria mais uma corrida, com seu companheiro de equipe Lando Norris em terceiro. Mais pra frente no grid, mesmo com Albon sendo novo na Red Bull, creio que, tal como quando subiu em 2019 na vida real, cometeria menos erros e seria consistente, ainda mais agora que teve mais preparo, portanto eu acho que a Red Bull levaria o campeonato de construtores. Não ter um Perez que cai no Q2/Q1 toda hora ajuda bastante. Além disso, sem Ricciardo, acho que a McLaren pularia na frente da Ferrari no campeonato de construtores, terminando em P3.
Em 2022, com a McLaren em baixa, creio que Alonso faria pontos o suficiente para manter o time a frente da Alpine de Sainz e Ocon no campeonato, e teria um ou dois pódios, talvez em Spa ou Silverstone. Silverstone, inclusive, que seria em 2022 palco da primeira e única vitória de Ricciardo pela Ferrari, sua última na Fórmula 1. O rádio do "I never left" ainda existiria, mas teria um "Forza Ferrari" no final. Albon teria boa temporada, venceria mais duas corridas, mas não acho que tiraria o P2 no campeonato de Leclerc. Inclusive, vale lembrar: Albon ainda teria sua apendicite em Monza. Lawson estrearia naquele fim de semana, guiando o RB18. De Vries, já que Albon não iria guiar a Williams naquele ano, provavelmente estrearia na categoria, fazendo dupla com Latifi.
Pobre Williams.
Enfim. Em 2023, com a aposentadoria de Vettel, acho que Sainz iria para a Aston Martin, buscando se livrar daquele maldito motor Renault que assolou Alonso na vida real. Piastri provavelmente assumiria a Alpine naquele ano, visto que não teria como sair. O famoso tweet jamais existiria. Pelo menos teria o pódio em Zandvoort. Gasly, buscando sair da AlphaTauri, provavelmente pegaria a vaga de Latifi na Williams, com Sargeant fazendo mais um ano de F2... pelo menos até o meio do ano, quando a Williams demitiria De Vries para contratá-lo. Lawson estrearia na categoria em definitivo, como titular. Alonso voltaria a vencer, graças as melhorias da McLaren, em Singapura, na primeira dobradinha da equipe desde 2010. Aliás, Ricciardo ainda quebraria a mão na Holanda? Bom, assumindo que o efeito borboleta não afete isso, Antonio Giovinazzi estrearia pela Ferrari. Não creio que faria muito, porém. Inclusive, considerando que Albon não se transforma em Ayrton Senna toda vez que pisa em Baku igual o Perez, a sequência de vitórias de Verstappen naquele ano pularia de 10 para 12.
Doze vitórias seguidas. Jesus.
Fora isso, Albon provavelmente teria o P2 no campeonato com maior facilidade. Tal como a Mercedes nos construtores, visto que a Ferrari teria Ricciardo ao invés de Sainz.
Aí chegamos em 2024.
Sobre a atual temporada, tenho apenas alguns pontos pra se falar:
- Sainz ainda teria sua apendicite na Arábia Saudita, e como nessa timeline ele pilota pela Aston Martin, Felipe Drugovich enfim estrearia na categoria.
- Colapinto ainda substituiria Sargeant após a Holanda, e como Sainz não estaria disponível pra Williams, ficaria com a vaga para 2025. Não acho que teriam contratado Ricciardo, que estaria disponível após a contratação de Hamilton pela Ferrari.
- Alonso certamente disputaria com Verstappen pelo título de 2024, fazendo valer a vantagem sobre da McLaren sobre o RB20 durante a maior parte da temporada. O resultado dessa batalha? Deixo para a imaginação do leitor.
Até a próxima.
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