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Foto do escritorPenta Rodriguez

Max Verstappen e a dança em meio ao caos de Interlagos 2024. - Análise do Pentão #60

Atualizado: 26 de nov.

Quando o Stroll bateu e gerou a bandeira vermelha no Q2, domingo de manhã, eu aceitei a derrota. Já parecia que um desastre estava vindo fazia tempo. O carro não corria mais, tudo que o Verstappen podia fazer era limitar danos há meses, e nada dava certo. Perdíamos pessoas importantes do time, e agora, com essa troca de motor, Verstappen largaria de décimo-sétimo na chuva. A única referência que tínhamos do RB20 na chuva, era aquela corrida de Silverstone onde sofremos e fomos salvos no finalzinho por uma escolha certeira de pneus da Hannah Schmitz na estratégia, quando a pista secou. Austin parecia uma melhora com o domínio na sprint como se fossem os velhos tempos e o pódio, a frente de Lando Norris pela primeira vez desde a Bélgica, mas o desempenho no México deixou a desejar.

O período das 8:30 até 12:30 simplesmente não existiu pra mim. Passei apenas olhando para o teto e ouvindo minha playlist de música triste, e de vez em quando olhando o celular. E quando foi a hora, fui a frente da TV.

Mal sabia eu o que estava prestes a presenciar. Um raro momento de magia.

Logo na largada, Russell passou Norris. Comecei a ver, meio só esperando pra ver o que o destino me reservava. Eu estava acostumado a derrota atrás de derrota. E aí carregou a torre de tempo, e mostrava o Verstappen em décimo-primeiro. "Ele ganhou seis posições na largada?"

Tá certo que o Albon não correu porque bateu no Q3 e o Stroll se enfiou na brita sozinho na volta de apresentação (dando origem a um dos momentos mais hilários do fim de semana, que foi a torcida cantando o nome do Drugovich vendo essa patética cena, mais uma para o catálogo imenso de Lance Stroll), mas ainda assim. Quatro posições. E logo na segunda volta, passou Hamilton e entrou nos pontos.

Continuei vendo. Max ultrapassa Gasly na volta 5. P9. Volta 6, Max ultrapassa Alonso. P8. Volta 10, ele ultrapassa Piastri. P7. Volta 11, Lawson dá espaço. P6. Ele estava escalando o grid, na chuva, sem DRS. Tal como havia feito em poucas voltas em 2016. Absurdo completo.

E então Max chegou em Leclerc, preso num trem de DRS junto a Ocon e Tsunoda. Foi indo assim por algumas voltas e nada mudava, até o Virtual Safety Car causado por Nico Hulkenberg.

Leclerc parou, Max ficou na pista e começou a chover torrencialmente. Lentamente a pista ficou quase indirigível, mas a FIA não jogava a bandeira vermelha.

Russell e Norris decidiram parar nos boxes durante o VSC, mas bem na hora em que entraram, Hulk voltou pra pista e foi dada a bandeira verde (piada não intencional). Tsunoda também parou. Max P2, saindo de décimo sétimo. Com a chuva torrencial, o Safety Car foi acionado. O físico, não o virtual, dessa vez.

Max não parou, a FIA não jogava a bandeira vermelha, até Colapinto bater e ficar parado no meio da pista. Aí sim, bandeira vermelha, que beneficiou MUITO Max e as Alpines, que corriam em primeiro e terceiro.

Breve espera. Na hora, eu torcia pra chuva piorar e a corrida acabar ali. Eu não estava disposto a arriscar outro coração quebrado, outro golpe duro. Eu só queria terminar na frente do Norris de novo e abrir mais no campeonato.

Mas voltamos. Largada lançada, Max seguia em P2. Tudo normal, até que Norris, ao tentar ultrapassar Gasly, vai reto na descida do lago e perde a P4 para George Russell. Seguimos assim até o Safety Car de Carlos Sainz, na volta 39. Passamos algumas voltas com o carro de segurança, e a bandeira verde foi dada na volta 42. A partir daí, vimos algo que eu descrevo apenas como história.

Verstappen ultrapassa Ocon e liderava. Realmente liderava. Pela primeira vez desde a Áustria, liderávamos com chance de vitória. E pra melhorar tudo, Norris escapa e caiu para P7. Piastri abriria passagem algumas voltas depois, então Norris ficaria em P6, e de lá, não sairia. 26 imensas e longas voltas nos aguardavam. Max fez a volta mais rápida várias vezes. Parecia ser uma por volta. Era completamente bizarro, parecia que os velhos tempos haviam voltado e estavam logo na minha frente.

E dali pra frente, foi a espera. Cada volta parecia durar dez minutos, e o fim não chegava nunca.

Até que enfim, chegou.

Max Emilian Verstappen fez a performance mais incrível de um piloto em Interlagos desde Senna, provavelmente. Melhor do que Hamilton em 2021. A mais sensacional de suas vitórias. Um de apenas cinco pilotos que venceram corridas largando de décimo sétimo ou abaixo.

Eu adoro quando ele me lembra que eu torço pro melhor piloto do grid.

Ocon e Gasly completaram o pódio. Eu só imagino a cara de alguém que foi fazer o Enem e voltou vendo duas Alpines no pódio.

O título pode vir já agora em Las Vegas. Basta chegar a frente de Lando Norris. Mas só sabemos se isso será possível na sexta daquele GP, daqui a duas semanas. Até lá, esperemos.


E como se não fosse o bastante, o universo mais uma vez me agracia.

Ganhamos um Derbi. Realmente ganhamos um Derbi. Pela primeira vez desde 2021. Por dois gols de diferença pela primeira vez desde 2018. Com gol de um Rodrigo, como nos velhos tempos. O Yuri Alberto fez gol.


Estamos fora da zona.

Finalmente. Como é bom poder ser feliz.


E na tarde de hoje, o Liverpool bateu no Leverkusen por 4x0 com hat-trick de Luis Diaz, o City tomou uma sova do Sporting com o Haaland perdendo pênalti, e o Real Madrid, que foi humilhado pelo Barcelona em casa por 4x0 há alguns dias, tomou um cacete de 3x1 em casa do Milan. Que dias incríveis estamos vivendo!

City tá capenga desde que o Rodri se quebrou, Real tá patinando esse começo de temporada, o Salah tá jogando muito e estamos liderando Premier League e Champions League. Pode ser a hora e a vez. Arne Slot, o senhor é um gênio. Me perdoe por duvidar.


Enfim. É isso. Voltamos no fim do mês, antes da triple-header do fim da F1.


Max Verstappen is the GOAT.


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