perdoa a imagem da capa, mas prefiro isso do que usar ia pra me fazer um logo.
Enfim. Este é o começo de um projeto que eu venho imaginando faz tempo. Quem me segue no Twitter/Bluesky sabe, eu acho a bola de ouro uma belíssima de uma merda faz tempo. Uma politicagem absurda, onde o nome do jogador vale mais do que o futebol, competições internacionais anulam uma temporada toda, e a pataquada imensa que foi a edição desse ano me fez querer tirar do papel logo isso daqui. Planejo rever todas as bolas de ouro, desde a primeira até a última, dez em cada post, sete partes. Vai demorar bastante, mas acho que vou estar satisfeito com essa lista no fim de tudo. Vou ser mais decente do que a France Football, pode ter certeza.
(Se bem que boa parte de vocês vão discordar de mim de qualquer jeito. Principalmente quando chegar na última parte...)
Ah, outra coisa: planejo fazer isso por temporada, e não por ano, igual era antigamente. Portanto, começamos pela temporada de 1955-56.
Algo mais a ser mencionado?
Análise do GP do México?
Sem mais delongas, vamos ao primeiro nome da lista:
1955-56
Não quero ofender o Stanley Matthews nem nada mas quem caralhos é Stanley Matthews?
Esse cara tinha 41 anos quando ganhou a bola de ouro. 41 anos. Pra efeito de comparação, Fernando Torres tem 40 anos hoje em dia. Ele jogava no Blackpool e fez TRÊS gols na liga inglesa naquela temporada.
Di Stéfano tinha sido vice-artilheiro da Champions e protagonista no título do Real Madrid.
Eu acho que não preciso argumentar muito, né? A primeira bola de ouro, e o primeiro absurdo. Pelo amor...
1956-57
Primeira vez que eu concordo com a France Football nessa série, mas também não tinha muito o que discordar aqui. Di Stéfano novamente foi decisivo pro Real, levou mais uma Champions, e leva junto seu segundo pinguim de ouro, dominando o prêmio até aqui. Mas logo isso muda. Vamos lembrar que existe um certo menino brasileiro na Baixada Santista prestes a ficar muito, muito bom.
1957-58
Deixando de lado o absurdo de jogadores não-europeus ficarem de fora da bola de ouro nessa época, como RAYMOND KOPA ganhou isso daqui? A temporada do Di Stéfano dessa vez talvez tenha sido até melhor que as duas últimas, visto que foi artilheiro da Champions em outro título do Real. Bem, tem algo que pesa: a Espanha NÃO FOI pra Copa de 58. Sério, não foi.
Se bem que se fosse pra dar o prêmio pela Copa, premiasse o Just Fontaine que fez 13 gols. Mas enfim.
Pelé, no período analisado, não conquistou nenhum título fora, obviamente, a Copa do Mundo de 1958. Foi vice do Paulista de 1957. Ainda assim, foi o artilheiro da competição, com 17 gols, apenas dois a menos do que Di Stefano fez na La Liga, no título do Real.
Com números semelhantes ao do craque madridista tendo apenas 17 anos na maior parte da temporada, eu acho que Pelé merece mais esse troféu. Foi decisivo para o Brasil naquela Copa (Copa essa que o Di Stéfano nem conseguiu classificar a Espanha) e é até hoje o único jogador que fez 3 gols em uma semifinal de Copa do Mundo, isso sem mencionar os dois gols na final. Era praticamente um jogador de hoje em dia, jogando naquela época. Talvez o jogador com o maior talento cru da história.
1958-59
Aqui vocês talvez achem que é favoritismo. Bem, eu também achava até descobrir que o Pelé fez CINQUENTA E OITO gols em 38 jogos no Paulistão de 58.
O cara era uma máquina.
Além disso, também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 59 e foi artilheiro da Copa América de 59. Di Stéfano fez outra brilhante temporada em Madrid, mas não dá. Simplesmente não dá. Pelé era Pelé.
1959-60
Ah, Rei... Me desculpa, Rei.
Quando a France Football fez aquela revisão das bolas de ouro antigas em 2016, a de 60 ficou com o Pelé, mas cara... Eu não sei. Os números dele continuaram absurdos, 44 gols no Paulista, mas o Santos, mesmo sendo o melhor time, acabou empatado em pontos com o Palmeiras no fim daquela competição, e o critério de desempate naquela época era uma partida entre primeiro e segundo.
Se fosse qualquer outra coisa minimamente decente, o título iria pro peixe. Vitórias, Gols, Saldo, qualquer coisa. Mas era uma partida. A primeira foi um empate, então teriam mais duas. A segunda também foi um empate, e na terceira, o Santos perdeu por 2x1.
Após isso, o Santos também seria derrotado na Taça Brasil pelo Bahia, e perderia também o Rio-São Paulo. Enquanto isso, Puskas tinha uma temporada sensacional pelo Real Madrid. 47 gols em todas as competições, QUATRO na final da Champions. Francamente eu nem sei como tiveram a pachorra de dar esse título pro Luis Suárez na vida real. Tudo bem que o Barcelona ganhou a La Liga, mas cara... os números nem chegam perto.
1960-61
Como assim OMAR SÍVORI a france football tá começando a inventar pessoa
Enfim. Omar Sívori foi atacante da Juventus e vice-artilheiro na campanha do título da velha senhora naquela temporada. Na Champions, foram eliminados nos dezesseis-avos pelo Malmo.
Malmo.
Enfim. Enquanto isso, Pelé novamente foi artilheiro e campeão paulista com o Santos, além de outros torneios amistosos internacionais da época, um deles, inclusive, onde jogou contra a Juventus de Omar Sívori, e o Santos ganhou de 2x0 com gol de Pelé.
Bem justo aqui. Não acho que nenhum jogador do Benfica, campeão da Champions naquele ano, poderia mudar isso.
1961-62
Essa foi provavelmente a mais acirrada até aqui.
Pelé novamente fez bons números, o Santos levou o Paulista, a Libertadores e a Taça Brasil, mas como todos sabem, se lesionou no começo da Copa. Garrincha não teve números tão bons, mas levou o Carioca e o Rio-São Paulo (única competição em que Santos e Botafogo jogaram juntos), além de ser decisivo na Copa. Pelo conjunto da temporada, talvez Pelé merecesse mais, mas como a Copa tem sim que ter um peso grande (mas não TÃO grande a ponto de fazer LUKA MODRIC bola de ouro) e como a gente tá fazendo isso de maneira póstuma mesmo, acho justo o Garrincha ter a dele. Ele levou na revisão de 2016, afinal.
1962-63
Aranha Negra, eu tentei. Eu gosto de você. Mas não tem como, o 1962-63 do Pelé foi ASTRONÔMICO.
O Santos levou a Libertadores de 63, a Copa Intercontinental de 62, a Taça Brasil de 62, o Paulista de 62, e o Rio-São Paulo de 63. Nesses dois últimos, o Pelé foi artilheiro. Nos três primeiros, o Pelé fez gol na final. Sensacional, apenas. Nenhum outro jogador nem chega perto, nem Garrincha, nem ninguém daquele Milan campeão da Champions.
Nem tem muito o que falar aqui.
1963-64
Esse já é o quinto título do Pelé só nesse post. Bem, no período analisado de 1963-64, Pelé novamente ganhou a Taça Brasil com o Santos, fazendo dois gols em cada um dos dois jogos da final, provavelmente teria ganhado a Libertadores se não fosse aquele fudido do Julio Grondona, foi artilheiro do Paulista e levou a Copa Intercontinental de 1963 contra o Milan. Outra grande temporada.
Cheguei a ponderar se eu colocava o Puskas aqui ou não, afinal, o húngaro também teve grande temporada sendo artilheiro da La Liga, onde o Real foi campeão e da Champions, onde o Real foi vice, mas optei pelo brasileiro.
1964-65
Enfim, volto a concordar com a France Football aqui. Eusébio fez, de fato, uma temporada incrível em 1964-65. Foi artilheiro da Champions, no vice-campeonato do Benfica, e levou a Primeira Liga fazendo 28 gols em 26 jogos. Pelé obviamente também fez uma temporada incrível, levando novamente o Paulista com mais gols do que jogos e a Taça Brasil, mas como o Santos foi apenas semifinalista da Libertadores e o Benfica foi finalista da Champions, escolho o português nessa temporada.
E ficamos por aqui na primeira parte. Eu não sei quando sai a segunda, mas um dia sai. Eu juro, eu quero chegar no fim disso pelo menos até fevereiro.
No próximo episódio, vou cobrir os prêmios de 1965-66 até 1974-75. Até lá.
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